RASTREAMENTO DO CÂNCER DE MAMA E A MAMOGRAFIA

O câncer de mama é o tumor maligno mais incidente nas mulheres em todo mundo, excetuando-se os casos de tumor de pele não melanoma, sendo a quinta causa de morte por câncer em geral e a causa mais frequente de morte por câncer em mulheres.
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O câncer de mama é o tumor maligno mais incidente nas mulheres em todo mundo, excetuando-se os casos de tumor de pele não melanoma, sendo a quinta causa de morte por câncer em geral e a causa mais frequente de morte por câncer em mulheres. No Brasil, de acordo com os dados do Instituto Nacional do Câncer, foramestimados 66.280 novos casos de câncer de mama para o ano de 2020.

O estadiamento inicial do câncer de mama é um dos principais preditores de cura. Entretanto, de acordo com o estudo Amazona, 76,2% das pacientes brasileiras foram diagnosticadas com a doença em estágio mais avançado, o que, consequentemente, influencia na sobrevida global.

A mamografia é a pedra fundamental no rastreamento do câncer de mama e o único método isolado com comprovada redução da mortalidade pelo tumor apresentada por vários estudos. Dados mais recentes, na análise de mais de meio milhão de mulheres entre 40 a 69 anos, o rastreamento reduziu em 34% a mortalidade e em 25% a incidência de câncer em estágio avançado (Figura 1) . Não existem estudos controlados para rastreamento com outros métodos (ultrassonografia, termografia, elastografia, ressonância nuclear magnética) isoladamente ou em associação.

 

Figura 01: incidência cumulativa de câncer de mama fatal em mulheres submetidas e não submetidas a rastreamento mamográfico.

No Brasil, menos de 25% da população-alvo consegue fazer o exame no Sistema Único de Saúde, estando muito aquém dos 70% recomendados pela Organização Mundial de Saúde. Os estudos que validaram a mamografia como método de rastreamento para diminuir morte por câncer de mama demonstraram efetividade quando 70% ou mais da população alvo realizava a mamografia. Isso corrobora com a as estatísticas brasileiras que mostram o aumento de mortalidade por câncer de mama.

Neste contexto, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) e a Federação Brasileira das Asssociações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) recomendam que o rastreamento mamográfico seja iniciado a partir dos 40 anos e realizado de forma anual na população de risco habitual. De acordo com Kopans, a única razão para não realizar a triagem anual é econômica, pois a redução do tempo entre os exames permite a detecção de tumores agressivos, especialmente na população mais jovem.

Sobre a duração do rastreamento, as recomendações quanto ao rastreamento em mulheres acima de 70 anos não são homogêneas, com dados insuficientes para conclusões definitivas. Assim, cada caso deve ser avaliado individualmente, considerando a saúde global e expectativa de vida da paciente. A partir dos 75 anos, a SBM, CBR e FEBRASGO recomendam manter o rastreamento enquanto a mulher tiver boa saúde e com expectativa de vida de pelo menos 7 anos.

Bibliografias:

Simon SD, Bines J, Werutsky G, et al. Characteristics and prognosis of stage I-III breast cancer subtypes in Brazil: The AMAZONA retrospective cohort study. The Breast. 2019; 44: 113-119.

Duffy SW, Tabár L, Yen AM, et al. Mammography Screening Reduces Rates of Advanced and Fatal Breast Cancers: Results in 549,091 Women. Cancer. 2020. 0 : 1-9.

Kopans DB. Diagnóstico por imagem da mama. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 201.

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